20/03/2015 – Valor Econômico

Obras Sustentáveis são a Nova Fronteira do Setor 

Pressionados por usuários e moradores cada vez mais exigentes em relação à economia de água, a indústria da construção civil e os condomínios estão entre os clientes mais promissores para as empresas que fabricam produtos que evitam o desperdício. Em um cenário de crise hídrica, obras mais sustentáveis se valorizaram aos olhos de novos compradores, ao mesmo tempo em que a “patrulha” dos síndicos e moradores dos edifícios se intensifica para evitar consumo exagerado de água.

Na CAS Tecnologia, empresa que fabrica o Smart Water, solução de medição de consumo de água, os condomínios são os clientes que mais crescem. Pouco monitorados e grandes vilões das perdas de água residenciais, os prédios residenciais consomem muito por uma questão cultural- como em muitos deles a conta de água é dividida entre os condôminos, fica difícil saber quem gasta mais ou menos, e onde podem estar potenciais vazamentos.

Marco Aurélio Teixeira, gerente de negócios da CAS Tecnologia, conta que a empresa desenvolveu um sistema que permite, ao mesmo tempo, medir o consumo individual dos apartamentos e identificar onde estão as perdas da rede de água. O Smart Water existe desde 2004 mas no último ano a demanda triplicou – o número de aparelhos instalados subiu de 27 mil para 31 mil no período. O potencial segundo Teixeira, é enorme.

“Estimamos que 85% dos condomínios de São Paulo não tenham medição individualizada de água”, calcula o gerente, que vê pressões cada vez maiores do poder público e dos próprios usuários para que os edifícios se adaptem a sistemas mais eficientes de consumo.

A construção civil também já é alvo de clientes exigentes que buscam sistemas mais econômicos de consumo de recursos como energia e água, afirma Camila Lourencini, gerente de estratégia para a indústria da construção da Basf.

Segundo ela, produtos químicos para pisos permeáveis e drenantes, que permitem o armazenamento de água da chuva, são tendência entre as obras sustentáveis.

“No começo, esse tipo de produto era demandado apenas por empresas que buscavam certificações de sustentabilidade, mas hoje percebemos que o cenário de crise e economia de recursos despertou um aumento na busca por esse tipo de produto”, diz.