22/03/2013 – Jornal de Empregos e Estágios

Mulheres Executivas

Hoje em dia, mais de 48% das mulheres ocupam os cargos de supervisão, igualando-se aos homens, e 64% dos postos de coordenação também são femininos.

No Brasil, a participação da mulher no mercado de trabalho vem apresentando contínuo crescimento. Essas profissionais, que antes eram reconhecidas apenas em micro empresas e em áreas mais específicas, hoje já podem ser encontradas ocupando cargos de liderança em grandes organizações e em diversos segmentos.

Pesquisa da Catho Online, site de classificados e de banco de currículos, revela que no biênio 2011-2012, as mulheres já ocupavam mais de 48% dos cargos de Supervisão, igualando-se aos homens, e 64% dos postos de Coordenação, destacando-se como maioria. Além disso, 24% dos cargos mais elevados das organizações, como presidentes e CEO’s, também já pertencem a estas profissionais.

A distribuição de renda melhorou, mas a distribuição de renda entre homens e mulheres ainda é muito significativa. Embora ao longo das últimas décadas a participação das mulheres no mercado de trabalho tenha deixado, aos poucos, de ser percebida como secundária ou intermitente, esta inserção ainda é marcada por diferenças de gênero e raça.

Regina Tupinambá atualmente é diretora da Certisign, uma das líderes em certificação digital, pioneira dessa atividade no país há 16 anos. Acompanhou o nascimento da empresa de certificação digital do país, ingressando em 1999. Desde então, envolve o mercado de SSL no Brasil e já trabalhou na implantação de outras importantes autoridades certificadoras.

“Acompanhei bem de perto o start up da Certificação Digital no Brasil em 1995. Como diretora, atuo diretamente na Comunicação, Marketing e no desenvolvimento da área de educação em Certificação Digital.

Atualmente o profissional, tanto homem quanto mulher, tem sempre que se reciclar, se atualizar.

“Sou voltada para o novo e coloco energia positiva em tudo o que faço”, afirma Regina.

Já a Juliana Rios  Juliana Rios é gerente de Análises de Sis­temas e Qualidade de Software, além de comandar a área de projetos de integrações para concessionárias de energia elétrica. Juliana está no mercado de energia há 15 anos e desde 2001 na CAS Tecnologia.

“Iniciei na empresa como analista programador, mas estou na ge­rência de departamentos de tecnologia há nove anos. Sempre tive afinidade com essa área. Tenho filho de cinco anos e consigo conciliar meu trabalho com minha vida pessoal. Além disso, iniciei meu MBA neste ano”, comenta a executiva.

Mulher x Homem

As mulheres representam 12,5% do toral de pessoas que trabalham na área de Tecnologia. Segundo pesquisa realizada pela Cubo Online, em 2011 as brasileiras ocuparam mais de 58% dos cargos de coordenação no mercado de trabalho. Regina Tupinambá, diretora da  Certisign, afirma que o aumento de mulheres no cargo de chefia não se dá só pela competência das mulheres.

“Eu não vejo diferença entre competência masculina e feminina. As mulheres têm amadurecido mais na tarefa de conquistar liderança nas companhias e estão sendo menos generalistas  e menos periféricas e tendo atenção mais direcionada às questões principais de suas atividades”, argumenta Regina.

Juliana Rios, gerente de Análises de Sistemas e Qualidade de Software da CAS Tecnologia, acredita que não exista mais preconceito entre homens e mulheres.

“No  Brasil, já foi superado o preconceito quanto à atuação da mulher na área de TI. Ainda é uma área com grande predomínio de homens, mas à medida que a mulher tem preenchido espaços equivalentes às competências antes conhecidas por serem apenas executadas por homens, os resultados tem demonstrado que não há nenhuma desvantagem nessa comparação”,  comenta.

Para Juliana o diferencial de trabalho de um homem para uma mulher é a forma de atuação.

“Os principais diferenciais que a mulher tem apresentado para o cargo de chefia e a forma de atuar com gestão de pessoas, utilizando muitas vezes uma visão emocional e não somente racional para a tomada de decisão, além de organização e exigência por qualidade no trabalho”, declara a gerente da CAS Tecnologia.

Já a diretora da Certisign não vê diferença entre os profissionais.

“Não vejo diferença mas prefiro trabalhar com mulheres, pois acredito que elas são mais comprometidas. Não é protecionismo, mas acho que realmente elas rendem mais, são mais empenhadas. E na condição de liderança, as mulheres conseguem gerenciar melhor a empresa”, argumenta Regina Tupinambá.

Salário x Benefícios

Segundo o Instituto Brasileiro de Geogra­fia e Estatísticas (IBGE), a diferença de renda entre homens e mulheres no Brasil não dimi­nui desde 2009. Para o IBGE o rendimento médio da mulher brasileira equivale a 72,3% da renda média dos homens, ou seja, o salário das mulheres permanece 28% inferior ao dos homens. Em 2011, o rendimento médio dos homens era de R$1.857,63. As mulheres, po­rém, ganharam em média RS1.343,81, apesar de terem mais escolaridade. A razão da re­muneraçio do trabalho entre mulheres e homens foi de 72,3% no ano passado, número que tem se mantido estável nos últimos três a.nos, e é apenas 1,5% ponto porcentual desde 2003.

Juliana Rios, não vê diferença salarial entre homem e mulher na área de TI.

“Não existem diferenças entre a média salarial uma mulher e um homem em um mesmo cargo na área de TI”, comenta. Regina Tupinambá também acompanha Juliana e concorda que não há restrição de salários. “Os salários para mulheres na área de TI são os mesmos dos homens, não vejo uma distinção no pagamento, pelo menos nessa área”, argumenta a diretora da Certisign.

Segundo a gerente da CAS Tecnologia existem oportunidades para todos os cargos.

“Não há restrições de cargos para mulheres na área de TI, tendo espa­ços em todas as funções. Mas acho que há uma preferência da mulher por cargos  de análise, programação, qualidade do que por cargos relacionados a suporte, segurança da informação e administração de redes”, declara.

Para Regina Tupinambá, diretora da Certisign, as mulheres estão cada vez mais preparadas para atuarem em todos os cargos.

Área de TI

Segundo Juliana Rios a escolaridade ideal para atuar na área de TI é o ensino superior completo.

“Primeiramente é importante a graduação, cuja lista de opções e especializações é bem extensa: Análise de Sistemas, Ciências da Computação, Engenharia da Computação e Arquitetura de Informação são alguns cursos na área de TI. Mas depois que a mulher tiver a graduação, tem uma gama de cursos importantes para direcionar a uma especialização.  Por exemplo, na área de qualidade de software a graduação em qualquer um dos cursos citados acima atende aos requisitos do cargo. Mas uma especialização em Engenharia do Software ou uma Certificação em Testes como a ISTQB são grandes diferenciais para esta carreira”, explica.

Regina Tupinambá também pensa como Juliana e acredita que o importante é ter uma boa formação universitária,

“A área de TI é muito ampla, englobando profissionais do SAC e, até mesmo, da presidência. O importante é ter uma  boa formação universitária, e muitos tem a complementação como uma pós graduação. Eu, particularmente, na hora de contratar, vejo a experiência, isso ‘pesa’ muito. Você encontra várias qualificações e cursos diferentes, de acordo com a área exercida em tecnologia, um curso é mais voltado para sistema, já outros focam mais em produtos. As exigências variam dependendo da vaga em questão”, completa a diretora da Certisign.

Já sobre limites de idade para funcionárias mulheres nesta área, Juliana argumenta que não é tão comum ver mulheres mais velhas nesses cargos.

“Talvez pela aceitação da mulher ainda recente na área de TI, é bem raro presenciar mulheres mais velhas atuando em cargos nesta área. Acredito que há uma forte tendência da mulher em traçar uma carreira com foco, inicialmente, técnico, mas, ao final, tenha o foco extremamente de gestão, sem um limite de idade para esta atuação”, comenta.

Regina Tupinambá acredita que não há restrição de idade.

“Fui diretora de empresa com 26 anos. Não era TI, mas dependia de talento, oportunidade, capacidade de liderança e maturidade. É importante ter serenidade. A calma, prudência, são as principais características para alcançar o sucesso”, explica.

Ambas profissionais coordenam equipes, onde a maioria dos profissionais são mulheres. Juliana Rios passou por um processo se­letivo simples até chegar no cargo que ocupa hoje.

“Quando entrei na CAS, a seleção foi basicamente entrevista com o Diretor de Tecnologia. Mas foi através de características de liderança que conquistei minha atual função. Sempre contei com a presença de colegas homens em cargos equivalentes, e que, junto comigo, também estavam sendo avaliados para posições de coordenação e gerência. Hoje, tenho muitos colegas homens em cargos de gerência. Cada um soube aproveitar a oportunidade oferecida”, finaliza.