19/05/2021 – Porta do Saneamento Básico

Inteligência artificial pode ser saída para a crise hídrica

Tecnologia de Redes Inteligentes (Smart Water) ajuda a evitar o desperdício para que não haja desabastecimento

 

A falta de chuvas já afeta os reservatórios de São Paulo. O Cantareira, maior do estado, opera com metade da sua capacidade (51%). Já o Alto Tietê, segundo maior, atua com 59,3%. No total, o armazenamento de água do estado já é menor do que em 2013. O avanço da inteligência artificial e os investimentos em pesquisa e inovação podem ser uma das saídas para resolver o problema, de acordo com Marco Aurélio Teixeira, especialista em medição de consumo de água e gerente da CAS Tecnologia, empresa desenvolvedora de soluções de redes inteligentes para o mercado de utilities (Energia e Água) e está presente em todo o país, monitorando mais de 2,3 milhões de pontos.

As redes inteligentes de monitoramento da distribuição de água (Smart Water) proporcionam eficiência operacional sustentável no sistema de distribuição de água ao monitorar, em tempo real, toda a cadeia de consumo dos clientes das concessionárias, o que ajuda a conter perdas. Estima-se que, após a implantação da Lei de Medição Individualizada de Água, ainda em 2021, a procura por essas soluções crescerá cerca de 50% no estado de São Paulo, gerando uma economia de 25% no consumo de água.

Para Teixeira “O consumo inteligente de água com a medição individual instalada em condomínios permite o controle do fluxo de água e, consequentemente, impacta na menor utilização dos recursos, já que os condôminos passarão a usar a água com moderação e diminuindo o desperdício. Alertas com informações de suspeitas de vazamentos, acompanhamentos e controle de consumo, são enviados ao morador por meio de um aplicativo que utiliza de tecnologias 3G e IoT para realizar releitura remota em cada medição”.

Teixeira ressalta que, na medição coletiva de água, método antigo, o desperdício pode chegar até 30% do consumo total, impactando diretamente o meio ambiente, além de não ser possível detectar vazamentos e outros problemas corriqueiros nos apartamentos. “À medida que o consumo de água passa a afetar diretamente o bolso do brasileiro na hora de pagar sua conta, a redução será instantânea. As smart water e os sistemas de medição individualizada nos condomínios vieram para contribuir com a preservação do meio ambiente e são o que há de mais moderno no mercado para estimular o consumo consciente e sustentável”, finaliza.

Juntamente com a medição individualizada de água, entrou em vigor outra lei que será determinante para que a tecnologia seja uma ferramenta indispensável para que o país consiga, de fato, universalizar o saneamento básico: o marco regulatório do saneamento básico no Brasil.  Ele traz como principal mudança o estímulo para a participação da iniciativa privada na prestação de serviços de fornecimento de água, coleta e tratamento de esgotos. A legislação pode beneficiar mais de 100 milhões de pessoas que não têm acesso à coleta e tratamento do esgoto, segundo o Instituto Trata Brasil.

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